Religiões e ONGS
Coordenadora:
Lia Diskin
Na exposição várias instituições relataram as suas ações e
experiências, destacando quais eram os princípios
que sustentavam essas ações. Pois, não é suficiente termos idéias,
projetos ou planos significativos se eles não encontram trilhos
concretos e consistentes capazes de suportar, não apenas o peso e a
responsabilidade do processo, mas de se fazer avançar nessa
responsabilidade: tornar o
projeto em ação.
Dentro
desse repertório de instituições que estavam congregadas na sala Ulisses Guimarães, no
terceiro andar, foram destacados alguns princípios: o diálogo, a
cooperação, o diálogo inter religioso , o compromisso com a
identidade familiar ou a construção de uma identidade familiar, a
reintegração de adultos, o resgate de valores culturais, a formação
comunitária, a valorização da cultura regional. Esses elementos estão
sempre dando um norte, alguns no sentido de, olhar para frente e dar
passos novos, e outros, no sentido
de que algo se perdeu e que é importante resgatar.
Se destacou, como um grande catalisador de todas essas ações de
cultura de paz, a construção de rede e criar nessas rede uma
interatividade. Se destacou, também, a necessidade de estimular a
autoconfiança nos jovens.
O sagrado ocupou um espaço muito importante na configuração de
valor e de princípio, o sagrado tanto como ponto de partida como linha
mestra que orienta a trajetória. E como último elemento, a
espiritualidade como o grande potencializador da paz, cultivar a estância
do sagrado do espiritual que habita em nós.
Como encerramento, é dada uma advertência: os movimentos e a ações
precisam ser coerentes e
consistentes, os dois pilares sobre os quais podemos e devemos
fundar as iniciativas.
Organizações
Públicas Governamentais e Internacionais
Coordenação: Oscar Motomura
O
grupo discutiu a já existência de boas práticas, leis, mecanismos,
regras e instituições que trabalham para uma cultura de paz e
cidadania mas que por diversos motivos não vêem suas recomendações
implementadas. Uma das causas seria uma imposição de cima para baixo
destas recomendações sem o necessário envolvimento popular. Por trás
de uma aparente legitimidade muitas vezes apresentam características
excludentes. Além disso estas instituições são dirigidas por seres
humanos falíveis e estão sujeitas à contaminação pelo sistema
atual.
Para
obtenção de melhores resultados seria necessário o aperfeiçoamento
das instituições atuais e a criação de novos sistemas à partir da
estaca zero, convivendo com o sistema atual e paulatinamente vindo a
substituí-lo. Estes novos sistemas sadios seriam criados pensando-se
numa população de 6 bilhões de pessoas, de forma legítima e numa
democracia genuína.
O
oposto da paz é a estagnação. A violência é gerada pelos medos e a
paz pelo amor, bem-comum e compaixão.
Há
um senso de urgência para que estas instituições e propostas
realmente funcionem! A velocidade é fundamental! Somente através de
alianças estratégicas e excelência nas suas implementações as boas
idéias gerariam resultados.
Comunicação,
Mídia e Produção Cultural
Coordenação: Hiran Castelo Branco
O
que é a paz? Normalmente nos remetemos às imagens estáticas e sem
movimentos (lagos plácidos, etc..) em contradição ao mundo atual. As
pessoas, especialmente os jovens, não conseguem identificar-se com a
paz através destas imagens. Deve-se partir da quietude evoluindo-se
para a ação!
O
grupo acredita que já está na hora de sair da fase de denúncias e
partir realmente para exemplos que gerem soluções e uma comunicação
utilizando-se de imagens com forte conteúdo.
Uma
constatação é que todos nós fomos treinados mais para a guerra e a
competição do que para a paz e a cooperação, apesar desta ser a
forma natural de agir do ser humano.
Para
que a mídia e os meios de comunicação possam realmente atuar
para a disseminação de uma cultura de paz devem ser trabalhados os
produtores de conteúdo, através de ações de formação nos cursos de
jornalismo, comunicação e publicidade ( como já ocorre na
Universidade de Uberaba) além de ações e projetos com visão clara
das metas a serem atingidas e identificação dos parceiros ideais.
O
grupo decidiu formar um grupo de trabalho para continuar a discutir o
assunto.
Criança
e Adolescente
Coordenação: Therezinha Fram
A
primeira constatação é de que estávamos discutindo o que fazer pelas
crianças e adolescentes sem a presença deles! Não haviam nem crianças
nem jovens participando dos debates. O correto seria fazer com eles
dando-lhes condições materiais para estarem participando do evento.
Já
há um arcabouço de boas leis, idéias e acordos sobre o tema mas que não
estão realmente acontecendo. Este processo requer que a discussão dos
problemas passe do direito local para o direito público/internacional.
Além
disso contataram-se alguns problemas:
·
falta de capacitação de professores e educadores para lidar com
os casos especiais
·
hipocrisia e falta de verdade que acabam mascarando a realidade
em relação a situação da criança e do adolescente
·
é necessário ouvir mais para se poder dialogar
·
preparar educadores para a fase de alfabetização. Constatou-se
que há estudantes de pós-graduação com problemas sérios de
alfabetização
·
a sociedade deve assumir esta formação em equilíbrio com o
governo, com participação crítica e gestão participativa
·
revalorização dos profissionais que trabalham com a criança
·
instituições fragmentadas
·
necessário retomar-se a visão global do assunto
·
salto direto da situação atual para a transdisciplinaridade, ao
invés da interdisciplinaridade
·
investir na formação do ser humano